Você e Justin correram pro hospital. Chegando lá, foram encaminhados direto para o quarto em que Rafa se encontrava, onde ele estava de pé, arrumado e pronto pra ir pra casa.
*Você* - Dá pra explicar o que está acontecendo aqui?
*Rafa* - Recebi alta.
*Justin* - Claro. Acreditamos em você. Vou chamar a enfermeira.
*Rafa* - Por que não acreditam nisso?
*Você* - Talvez seja porque você já fugiu de um hospital antes?
*Rafa* - Não fala nada, porque foi você quem me ajudou.
Você fez uma cara de quem não se importava muito com o fato. Justin voltou ao quarto com a enfermeira que confirmou as palavras de seu irmão.
*Você* - Tá, mas então por que vocês disseram que precisavam de nós com tanta urgência?
*Enfermeira* - Bom, seu irmão pediu. E vocês precisam assinar uns documentos autorizando a saída do corpo do garoto morto.
*Você* - Hein?
*Enfermeira* - Desculpe meu jeito de falar. Não sou muito delicada com essas coisas. Lido com isso todos os dias. O corpo do amigo de vocês deve ser retirado da clínica, para ser levado á família. E, para que isso ocorra, é necessário suas autorizações.
*Você* - Ah... bem, podemos fazer isso.
Enquanto Justin voltou para o carro, você e Rafa foram á secretaria da clínica. Assinaram vários papéis com letras miúdas que você fez absoluta questão de ler e juntaram-se a Justin meia hora depois.
*Justin* - Tudo certo?
*Você* - Tirando a parte que eu acabei de concordar com a locomoção do corpo morto do meu melhor amigo... É, está tudo certo sim.
*Justin* - Me perdoa.
*Você* - Ué, pelo o quê?
*Justin* - Nada. Vamos? - Disse ele abrindo a porta do carro.
*Você* - Por favor.
Durante todo o percurso do hospital para a casa, vocês conversaram sobre diversos assuntos e tentaram esquecer um pouco sobre as tragédias que aconteceram nas últimas semanas. Assim que chegaram em casa, encontraram Ryan, Chris, suas amigas e Chaz reunidos na sala, assistindo filme. Rafa juntou-se a eles rapidamente. Justin foi para seu quarto e você foi pegar algo para beber, na cozinha. Um copo de coca-cola com gelo. O pessoal convidou-a para ficar com eles, conversando e assistindo TV, mas você decidiu que precisava descansar. Subiu, foi para o quarto ao lado do de Justin, se deitou na cama e agarrou-se aos cobertores que ali se encontravam. Você nunca se sentiu tão vulnerável em toda sua vida. E não sabia nem o porque de estar se sentindo assim. Não havia motivos concretos, na verdade.
Foi quando Justin apareceu na porta.
*Justin* - Posso entrar? - disse, batendo na porta aberta.
*Você* - Claro. Acho que sim.
*Justin* - Não gosto de te ver assim.
*Você* - Eu sei. Ninguém é muito agradável quando está de moletom e rabo de cavalo bagunçado.
*Justin* - Sempre com respostas pra tudo. Sempre fugindo de assuntos dos quais não quer falar. Você é tão forte.
*Você* - Isso não é ser forte. Muito pelo contrário. Se eu fosse, eu conseguiria encarar todos os problemas numa boa. Mas como você disse, eu sempre me esquivo deles.
*Justin* - Não é verdade.
*Você* - Tanto faz, na verdade.
Justin se deitou ao seu lado. Vocês ficaram cara a cara, porém não muito próximos um do outro. Sua mão esquerda estava jogada á sua frente, com a palma para cima, apoiada no travesseiro. Ele, com a mão direita, agarrou-se á sua e sorriu. Você retribuiu o sorriso e chegou alguns centímetros mais perto de Justin, que apertou sua mão com mais força. Não uma força que machucava. Mas uma força aconchegante, que lhe fazia sentir-se mais segura, menos fraca.
Gente, eu sei que está bem curto, mas é que minha criatividade ultimamente tem estado bem escassa (sou culta) hahaha Bom, é isso. Espero que gostem.
XOXO, Du.
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